quinta-feira, 23 de outubro de 2014

É difícil falar de MÚSICA (Mônica Coropos, 2014)


É difícil falar de MÚSICA
E, nas minhas andanças, leituras e conversas tantas - e em tantos lugares
Percebo que, mesmo em plena pós-modernidade, não superamos a transcendência,
o "quê" de sobrenatural que envolve a MÚSICA
MÚSICA - tão abrangente em musicalidade e músicas
Gêneros, estilos, andamentos, tempo, épocas
Geografia, Filosofia
Literatura, Antropologia
História, Teologia
Ciência, Sociologia
É Arte, é oração
É sentimento, é transpiração
É efêmera, mas não morre
É essência, mas relegada
É percebida, é pesquisada
É banida, é amada
É popular, é erudita
Para uns, é feia
Para outros, bonita
É técnica, tem rigor, metodologias, envergadura

É subjetiva, improvisada, entretenimento, aventura
É organizada, é fugaz
É Música Teoria, Harmonia, Contraponto, Musicologia
É Música total, universal, abrangente
É democrática, é excludente
É comportamental, é sistemática
É condicionada por pré-definições, é livre
E deve ser assim,
Pois, como diz Jean-François Lyotard, "O conhecimento científico não equivale a todo saber (...)
(...) Há o saber narrativo, o eminentemente ritualístico e, às vezes, performático
Um lado do saber não-científico
Que não cabe nos mais bem estruturados estudos e análises
Que não se reduz a estes, mas que espraia para além
Em interpretações culturais, que realmente contam
Ou, de forma sobrenatural, em Deus
O Criador de todas as coisas e dos que criam coisas
Que, portanto, criou a Música 
E se compraz em habitar no meio dela
Quando esta se transforma em louvores. 





Como pode a Música...? (Mônica Coropos, outubro de 2014)



Como pode a MÚSICA ser tão universal, 
Mas de difícil compreensão?
Tão invasiva dos espaços, mas sem um espaço definido?
Tão plena em ser Arte, mas tão separada das outras artes?
Tão acessível aos ouvidos - e por isso passiva -
Mas tão obscura ao exigir educação específica?
Tão popular, mas tão erudita e ultra especializada?
Tão inerente ao homem, 
Mas que necessita de habilidade a ser adquirida?
Tão envolvente, mas tão "à parte"?
Tão acolhedora, mas tão hermética  em seu discurso?
Tão especial para o mundo - 
e para todas as sociedades que existem ou já existiram,
Mas tão mal ajustada às categorias do mundo globalizado, 
apesar de sua abrangência?
Tão enigmática, mas tão teórica?
Tão irracional, mas tão racional?
Tão livre, a ponto de escapar da lógica, 
Mas tão aprisionada em incômodos, 
discussões, conflitos, confusões?
Tão sonora em seus elementos, mas tão silenciosa nos arraiais acadêmicos em pesquisas intermináveis e sem consenso?
Tão "linguagem e voz" ainda antes dos primeiros códigos de significação e codificação,
Mas tão relegada a segundo plano como área de conhecimento?
Tão primordial enquanto fenômeno musical, 
Mas em descompasso enquanto saber instituído?
Tão conhecida, mas tão estranha?
Tão necessária, mas tão secundária?
Tão inclusiva, mas tão excludente?
Ah... Queria eu, em meus pensamentos e quase delírios,
Achar respostas lúcidas, contundentes, cabais
Mas MÚSICA é tão abrangente, tão plena, tão "tudo", 
Que me rendo a vivenciá-la, 
Com o prazer de quem cada vez mais sabe "nada" 
E disso, em mim, a MÚSICA  é capaz.





quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Vamos votar direito, porque ainda tem jeito!!! (Mônica Coropos, 02/10/2014)

Este país... o nosso!
Precisa de gente com coragem
Gente que ouse enfrentar a realidade
Que não se venda, que não se renda
Que não se submeta a corrupção, aos corruptos
Que abra a visão, independente dos persuasivos púlpitos
Que pense no presente e nas gerações vindouras
Que lute com a arma do voto
Que não se anule ou se acomode!

Este país... o nosso!
País de gente "de boa"
Que se alegra e ri à toa
Mas que se indigna com o descaso e com a impunidade
Precisa de gente arrojada
Que não queira mais ver a nação virar piada, 
Que se reconheça como agente da mudança
E que nutra em seu peito, a esperança
De dias promissores e de crescimento 

Este país... o nosso!
Pátria amada, mãe gentil
Que abriga os estrangeiros, 
Que tolera, torce, reclama e murmura
Precisa de gente que fale de forma pura
Da urgência que há em virarmos a mesa da história
Gente que não se conformará em ver mais quatro anos de degradação e vergonha
De omissões e de "não sabias"
Este país Brasil brasileiro é meu, é nosso
E pra que não haja choro de remorso
Vamos votar direito, porque ainda tem jeito!!!



(Mônica Coropos, 02/10/2014)