terça-feira, 24 de janeiro de 2012
Sobre Filosofia e deslumbres (Mônica Coropos, 2012)
Hoje li O Espelho, um conto integrante da obra Papéis Avulsos, do escritor brasileiro Machado de Assis. Interessante como - tais como no conto - as regalias podem desequilibrar, deslumbrar pessoas, em todos os tempos e épocas. Machado de Assis, cheio de Filosofia, narra que o jovem, ultra-mega-power cortejado, cede a tudo isso, e sua "alma exterior" (sempre mutável), faz com que ele logo se torne alguém de personalidade arrogante, respaldada no espírito da mocidade, e somada ao luxo e deslumbres do meio. Sua humanidade deu lugar ao "Alferes", ou, como coloca a famosa frase: “O alferes eliminou o homem”. Ainda filosofando, ao ler a revista de bordo BRASIL - ALMANAQUE DE CULTURA POPULAR, quando voltava de uma viagem pela TAM, uma entrevista com o filósofo Mário Sérgio Quintela relembra seus 17 anos de convivência com Paulo Freire. Na entrevista, Quintela diz: "Paulus, em latim, significa pequeno. Mas Paulo Freire - digo isso sempre que posso - era um homem tão grande, que sabia que era pequeno para poder crescer. Gente grande de verdade sabe que é pequena, e por isso cresce. Gente muito pequena, acha que já é grande, e o único modo de crescer é rebaixando outras pessoas...". Pouco estudado, mas de muitíssima sabedoria, meu pai sempre nos ensinou - somos três filhas - a lembrarmos de onde viemos, a sermos quem somos apesar de funções, cargos, títulos. Agradeço ter isso na essência, ainda que ache ser possível, lutar contra o deslumbre dos fulgases louros da vida.
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Que bom você ter estado aqui comigo. Vamos juntos na caminhada da vida?Obrigada!