quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Como pode a Música...? (Mônica Coropos, outubro de 2014)



Como pode a MÚSICA ser tão universal, 
Mas de difícil compreensão?
Tão invasiva dos espaços, mas sem um espaço definido?
Tão plena em ser Arte, mas tão separada das outras artes?
Tão acessível aos ouvidos - e por isso passiva -
Mas tão obscura ao exigir educação específica?
Tão popular, mas tão erudita e ultra especializada?
Tão inerente ao homem, 
Mas que necessita de habilidade a ser adquirida?
Tão envolvente, mas tão "à parte"?
Tão acolhedora, mas tão hermética  em seu discurso?
Tão especial para o mundo - 
e para todas as sociedades que existem ou já existiram,
Mas tão mal ajustada às categorias do mundo globalizado, 
apesar de sua abrangência?
Tão enigmática, mas tão teórica?
Tão irracional, mas tão racional?
Tão livre, a ponto de escapar da lógica, 
Mas tão aprisionada em incômodos, 
discussões, conflitos, confusões?
Tão sonora em seus elementos, mas tão silenciosa nos arraiais acadêmicos em pesquisas intermináveis e sem consenso?
Tão "linguagem e voz" ainda antes dos primeiros códigos de significação e codificação,
Mas tão relegada a segundo plano como área de conhecimento?
Tão primordial enquanto fenômeno musical, 
Mas em descompasso enquanto saber instituído?
Tão conhecida, mas tão estranha?
Tão necessária, mas tão secundária?
Tão inclusiva, mas tão excludente?
Ah... Queria eu, em meus pensamentos e quase delírios,
Achar respostas lúcidas, contundentes, cabais
Mas MÚSICA é tão abrangente, tão plena, tão "tudo", 
Que me rendo a vivenciá-la, 
Com o prazer de quem cada vez mais sabe "nada" 
E disso, em mim, a MÚSICA  é capaz.





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