quarta-feira, 14 de julho de 2021

Perspectiva (@monicacoropos)

 


Primeiro período na Faculdade. Primeiro tempo  da segunda-feira. Primeira disciplina no curso de Licenciatura em Educação Artística: PERSPECTIVA.

As grandes janelas de vidro, a sala cheia de mesas de desenho, uma professora elegante e austera. Nunca esquecerei da primeira tarefa: faça um desenho e marque a PERSPECTIVA. 

O que? Como? Alguém pode dizer que minha praia é Música?

Não, ninguém podia… Nem eu, uma menina perdida num campus enorme, diante de pessoas desconhecidas, numa timidez… enorme! 

Desenho a bandeira do Brasil “chapada” no papel. Olho paro os lados e vejo desenhos lindos de prédios, ruas, arvoredos. Entrego o trabalho. Finalmente, os olhos da professora cruzam-se aos meus. Ela percebe minha angústia e entende que precisaria ter paciência extra comigo naquele semestre.

Ela mudou a PERSPECTIVA. Eu também. Meus traços foram ficando mais confiantes a cada segunda-feira. Já conseguia desenhar ruas, casas, arvoredos e horizontes com luzes e sombras. Ainda não tinha traços firmes, e tremia ante aos desafios crescentes e diante da exigente professora, mas já lidava bem com o “ponto de fuga”, a tridimensionalidade ou a observação - próxima ou distante de um objeto.

Trago a lição pra vida. É preciso nutrir a sensação esperançosa, escolher a forma e a postura de enxergar as coisas. Abrir-se para o novo, enxergando o potencial fantástico que possui para ser mais que bom, ser excelente. 

PERSPECTIVA vem do verbo “perspectivar”. E eu sei que consigo enxergar além das circunstâncias. 

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