quarta-feira, 19 de setembro de 2012

ABRAÇANDO A BONDADE (Mônica Coropos, 2012)



 


O dia corria bem, rotineiro...
De repente, um sobressalto: 
O telefone toca. Uma ligação à cobrar: Era meu filho...
A voz entristecida foi o suficiente pra mulher-mãe querer se "transportar" para o seu lado:
- "Mãe, perdi meu celular no ônibus..."
Aliviada ante à notícia da perda do bem material, silenciosa, a Deus agradeci.
Num segundo, tranquilizei minha cria, desliguei e, seguidamente comecei a ligar para o número perdido...
A cada insucesso, nascia a vontade de que o desfecho ensinasse uma lição para ele. Para nós.
Chamo o número mais uma vez:
- "Alô!" - uma voz masculina atende.
Medo...
-"Alô! Peraí, vou passar pra Maria!"
(...)
- "Alô!"
- "Alô!!! Dona Maria? Muuuuuuito obrigada!!!! (quem me conhece, já pode imaginar a gratidão por essa heroína-mulher)
- "Oi, minha filha, eu sentei no ônibus e comecei a ouvir o telefone tocar do meu lado...Não sabia atender ele não... Aí, quando saltei aqui na Penha, o rapaz do ponto da kombi atendeu pra mim..."
- "Oh... Dona Maria, como faço pra encontrar com a senhora?"
- "Minha filha, você tá onde? Vai demorar a chegar aqui?"
- "To em Madureira, mas to de carro..."
- "Então te espero no ponto de kombi, perto do Guanabara! Que cor é teu carro?"
- "É preto..."
- "Quando chegar, liga."
(...)
Alegria, gratidão, medo, apreensão...
Liguei pro filho. Tranquilizei-o. 
"E agora?", pensei.
Larguei meus afazeres e... fui. 
Calor, engarrafamento... vamos lá...
...Cheguei. Penha. Ponto de kombi próximo ao Guanabara.
Uma mulher aponta o meu carro e acena com um sorriso pro pessoal ajuntado. 
"Ufa!" - Acreditei na bondade de vez depois do sorriso!
Não era Dona Maria. Era outra mulher que já sabia do assunto...
...Mas ela veio! Toalhinha no ombro, me esperou quase hora e meia...
Saí do carro. Abracei-a! Abracei-a apertadamente...
Abracei a Dona Maria, abraçando a bondade de muitas outras pessoas neste mundo de meu Deus.
Agradeci. Não sabia o que fazer. Tudo que eu fizesse seria menor e apagaria este gesto, esta graça.
Voltei ao carro. Eu fui. Ela se foi.
Mas ficou o meu grande desejo de que Deus recompense a Dona Maria com toda sorte de bênçãos.
Aquelas que milhões de celulares não podem pagar...
Que eu possa ser uma faísca da graça e da bondade para alguém todo dia.
Que meu filho tome esse exemplo e leve pra vida.
Que nós possamos renovar a esperança de que corações cheios de bondade, ainda são a maioria.


2 comentários:

  1. Puxa! Que alívio, heim! E é sim uma sensação maravilhosa quando descobrimos que ainda existem pessoas boas por si só. E também é muito gostoso quando somos nós quem podemos aliviar o coração de outra pessoa dessa maneira. Por certo Deus cuida de todas as coisas. ;)

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